Yeah ma men!
Entrámos na Ucrânia. Depois destes dias todos, já passeámos por meia Europa. E eu já me estou a tornar um profissional da música. Até já consigo fazer “Tum Pá” na bateria! Mas não tem sido fácil. Estes gajos são doidos. No outro dia, depois de um concerto, o Alfredo virou-se e disse-me “Franquelin, para passares o derradeiro teste, tens que beber a jola de penalty!”. Fiquei confuso e pensei “Mas agora vamos jogar à bola? Ir marcar um penalty com uma cerveja na mão é capaz de não dar muito jeito. Ainda entorno e sujo a camisola de lã que a minha mãe me fez”. Ainda perguntei onde ficava o campo e se era de futsal ou futebol de 11. Mas entretanto o Alfredo gritou “BEBE ESSA M#$%& SEM PARAR!”. Fiquei confuso, confesso que fiquei…
Ontem abrimos para um agrupamento musical muito estranho. Acho até que eles estavam doentes: estavam todos muito pálidos, com os olhos de cores esquisitas e, para além disso, tinham sangue na boca. Eu não sei como os deixaram tocar…Aquilo ainda se podia pegar. Montei o material e voltei para a carrinha ouvir as minhas belas cassetes no leitor. Que saudades dos “Onda Choc”!
Amanhã vamos a Rússia. Não sabia que iríamos lá. Não trouxe os collants nem as ceroulas. É que vai estar muito frio… Quero um saquinho de água quente…
Sempre teu e só teu...
Franquelin
texto de: David Alvito
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